Na
semana passada, conversamos sobre o Rompimento com Velhas Convicções. Apontamos
que um apego exacerbado a posicionamentos arraigados em nossas mentes muitas
vezes nos impedem de vislumbrarmos novos horizontes, percebermos novas
oportunidades e abraçarmos novos desafios.
Hoje,
senti desejo de lhe levá-los a um movimento contrário, ou
seja, o de buscar inspiração para uma firmeza de caráter.
Caráter
e Personalidade são duas palavras frequentemente usadas para nos referirmos ao
comportamento das pessoas.
De
acordo com o dicionário Priberam da Língua Portuguesa, Caráter e
Personalidade são tratados indistintamente como a individualidade consciente
de cada pessoa, ou seja, aquilo que a distingue das demais.
No
senso comum, Caráter fala de índole e Personalidade, de temperamento.
Podemos
pensar em Personalidade como sendo o fruto do que construímos em nossa
história de vida, por meio das experiências vividas, exemplos dos pais,
educação recebida etc., o que se concretiza na forma como lidamos com o mundo e
com as pessoas que nos cercam.
Já
o Caráter, seria um elemento partícipe da personalidade, que não está
diretamente ligado aos hábitos e comportamentos herdados pelo meio em que
vivemos, mas ao nosso próprio posicionamento frente à vida. Podemos definir
caráter como "a nossa determinação frente à nossa inclinação".
A
Bíblia conta a história de quatro rapazes que se tornaram um grande exemplo de
caráter íntegro. Seus nomes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
Estes
quatro jovens hebreus, habitantes de Jerusalém, foram levados presos para a
Babilônia pelo Rei Nabucodonosor, por volta do ano 605 a.C.
Eram
adolescentes, estavam em formação. Eram de linhagem nobre e de famílias judias
proeminentes. Por isso mesmo, foram criteriosamente escolhidos com o fim de
servirem ao império babilônico. Lá permaneceram durante toda as suas vidas.
Aprenderam tudo relacionado à cultura e à língua dos caldeus (Daniel 1.4). Mas
praticaram somente aquilo que, confirme seu caráter, julgaram pertinente
realizar.
Isto
representou uma quebra de paradigmas.
O primeiro aconteceu
logo na chegada à corte. Como forma de rejeição a um estilo de vida contrário
ao seu, Daniel, que na Babilônia recebeu o nome de Beltessazar, e seus
amigos, foram os primeiros a dizerem "não" ao sistema. O banquete
preparado para os exilados com "finas iguarias da mesa real e vinho"
(Daniel 1.5) foi rejeitado pelos quatro rapazes que optaram por uma dieta a
base de "legumes e água" (Daniel 1.12).
O
resultado desta escolha foi uma aparência bem mais saudável do que a dos jovens
que comeram das iguarias do rei (Daniel 1.15).
Um segundo episódio é
relatado no Capítulo 3, do mesmo livro. Hananias, Misael e Azarias, cujos
nomes foram trocados por Sadraque, Mesaque e Abede-Nego,
respectivamente, decidiram não venerar a estátua de ouro que Nabucodonosor
havia construído para si. Todos os súditos do reino, do menor ao maior,
aderiram à regra imposta pelo rei, dobrando os joelhos junto à estátua, sempre
que ouvissem o som de trombetas tocando. Os três jovens não se inclinaram,
firmados no princípio de que só deveriam inclinar-se perante o Deus dos céus.
O
resultado deste posicionamento foi uma sentença de morte. Hananias, Misael e
Hazarias foram amarrados e jogados numa fornalha de fogo, reaquecida mais sete
vezes (Daniel 3.19). A Bíblia conta que o fogo era tão intenso que matou os
guardas que executaram a sentença (Daniel 3.22).
Outro
milagre, porém, aconteceu. Em fração de segundos, os três jovens que haviam
caídos amarrados no fogo foram vistos por Nabucodonosor em pé na fornalha,
andando, e, juntamente com eles, um quarto homem (com o aspecto de um ser
celestial), passeando no fogo ao seu lado (Daniel 3.25).
O
rei não resistiu, ficou sobremodo aterrorizado! E a partir deste dia,
reconheceu a grandeza do Deus a quem aqueles quatro rapazes serviam, lançando
um decreto que passou a resguardar-lhes o direito de adorar a Deus e punir quem
os impedisse (Daniel 3.29).
Outras
lindas histórias de milagres também são relatadas no livro de Daniel. Poderia
escrever-lhes dois outros tantos do que registrei aqui.
Mas acredito que estes dois exemplos são mais do que suficientes para afirmar-lhes a
importância de confiarmos em Deus. Não falo de convicções humanas, estas, sim,
podem ser revistas, reorganizadas em nossa mente. Mas a fé inabalável em Deus é
fundamental para sobrevivermos no mundo de incertezas como o que estamos
vivendo.
Aprendo
com a Bíblia que um Caráter lapidado por Deus é capaz de moldar até mesmo a
nossa Personalidade!
Ou,
por outro lado, ainda que o contexto, o mundo, o sistema sejam contrários às
convicções de um caráter tratado por Deus, o mesmo não muda, não se deixa
influenciar.
O
resultado: uma vida de milagres!
Bom
final de semana!
Que
Deus o(a) abençoe!
Priscila
David
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